Hoje estritamente é sempre
um estado permanente
de outro lado esvai-se quando
a cidade o sol minguando
perfuma a dama-da-noite
e o nunca mais será hoje
-
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
Confessionário
Adoro café e jiló
detesto baralho
― Penso
como ordenasse as
gavetas de um armário
Talvez por isso
não seja uma pessoa
esperta exatamente
meu tempo presente
à liturgia silente
de saber onde
tudo está ― contudo
do lado de fora nunca
aprendi a me localizar
Manhã passo horas
me arreglando assim
me calo ―
Palavras em minhas
gavetas-veias abertas
machucam
Esqueço um sentimento
no fundo procuro
não cabe escrevo
Gosto de viajar mas
sofro de bagunça
quando eu chego
-
detesto baralho
― Penso
como ordenasse as
gavetas de um armário
Talvez por isso
não seja uma pessoa
esperta exatamente
meu tempo presente
à liturgia silente
de saber onde
tudo está ― contudo
do lado de fora nunca
aprendi a me localizar
Manhã passo horas
me arreglando assim
me calo ―
Palavras em minhas
gavetas-veias abertas
machucam
Esqueço um sentimento
no fundo procuro
não cabe escrevo
Gosto de viajar mas
sofro de bagunça
quando eu chego
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Feriado
Como é bom acordar
às dez! Abrir os olhos
o dia irrecusável,
suave feito entrar
em banho de água quente
Ganhasse sempre assim
a manhã de presente...
Sem pedir horas na cama
― mais um minutinho apenas
Desapegar do lençol
o corpo ávido. Os pés
se amparam no chão a vida
te espera. ― Escuta o caminhão
de abacaxi-pérola?
-
às dez! Abrir os olhos
o dia irrecusável,
suave feito entrar
em banho de água quente
Ganhasse sempre assim
a manhã de presente...
Sem pedir horas na cama
― mais um minutinho apenas
Desapegar do lençol
o corpo ávido. Os pés
se amparam no chão a vida
te espera. ― Escuta o caminhão
de abacaxi-pérola?
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quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Astrolábio
Esmero
nos quadris entregues
à divagação cada um
de seus dedos navega
traçando a rota
planisférica aos olhos
de quem lá no céu
conta estrelas
-
nos quadris entregues
à divagação cada um
de seus dedos navega
traçando a rota
planisférica aos olhos
de quem lá no céu
conta estrelas
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sábado, 27 de agosto de 2011
Heracliteando
("Comum é princípio e fim em periferia de círculo." Heráclito)
Prefiro o meio ao fim
a pedra à clareza sólida
a Serra do Mar a borda
e um vale infinito ao meio
O meio se tem com o fim
conflito de vida e morte
paira em mim quanto eu receio
extinguir sem fazer-me inteiro
o fim sem o meio
é oco tear de agulha
sem linha vazio enquanto
não chega e quando
se atinge
finda.
Andar se assemelha ao sol
nascer tarda todo dia
o rio não se rediz
o fim sem amor desvia
Princípio comum de forma
esculturada no alheio
existirmos só se destina
no meio ― que é o fim primeiro
--
Prefiro o meio ao fim
a pedra à clareza sólida
a Serra do Mar a borda
e um vale infinito ao meio
O meio se tem com o fim
conflito de vida e morte
paira em mim quanto eu receio
extinguir sem fazer-me inteiro
o fim sem o meio
é oco tear de agulha
sem linha vazio enquanto
não chega e quando
se atinge
finda.
Andar se assemelha ao sol
nascer tarda todo dia
o rio não se rediz
o fim sem amor desvia
Princípio comum de forma
esculturada no alheio
existirmos só se destina
no meio ― que é o fim primeiro
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