Mergulha seus dedos
com força na raiz
dos meus cabelos,
como quem os afunda
num saco de sementes
do mercado central
― e com as mãos amarradas
em pelos embaraçados
tantos novelos, diz não vai mais
desenredar-se ― mas
nunca
de mim.
-
quinta-feira, 23 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Introspecção
Dentro da minha cabeça
é um bom lugar pra se morar.
Pena que não caibam dois, ou dez,
embora não falte diálogo.
Como na feira de verduras
pense numa e haverá
― categorias análogas.
-
é um bom lugar pra se morar.
Pena que não caibam dois, ou dez,
embora não falte diálogo.
Como na feira de verduras
pense numa e haverá
― categorias análogas.
-
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Contradições
Em suas fantasias
mais lindas,
eu venho da zona:
de calcinha preta indecente
cravada com brilhos, correntes
de ouro contornando em
arcos romanos
o ventre.
Safada,
sou puta,
dou pra você e mais dois
ao mesmo tempo.
Dormi com tanto homem
que eu nem me lembro
de quantos –
muito mais que
mil e quinhentos.
Mas na insaciedade desta vida,
você,
paradoxalmente,
me quer só sua
e exclusiva, e somente
me quer
– se assim for.
E eu,
que nos seus sonhos
mais profundos era
puta, não olho
pro lado, não cumprimento
o vizinho, até
abandonei
meu sapato
de baile.
Não dura tanto:
se pra você sou santa
e pura e mais um pouco,
à noite eu derramo
meu corpo,
como um pranto,
na pele abstrata
de amantes.
E em horas vagas,
com seu colega
o meu amigo
o taxista,
mas um pintor me retratou,
naturalista
– Eu te perseguia
num plano.
A ironia, meu amor
– você nem sabe
nada disso ou
imagina –
é que na minha
mais secreta fantasia
(brilho da lua e as ondas no nosso quintal...)
Eu sou só sua:
– uma maçã
aparada
entre os dentes –
sua todinha, amor
para sempre,
(até que a morte)
sua, de qualquer maneira
– e somente.
--
mais lindas,
eu venho da zona:
de calcinha preta indecente
cravada com brilhos, correntes
de ouro contornando em
arcos romanos
o ventre.
Safada,
sou puta,
dou pra você e mais dois
ao mesmo tempo.
Dormi com tanto homem
que eu nem me lembro
de quantos –
muito mais que
mil e quinhentos.
Mas na insaciedade desta vida,
você,
paradoxalmente,
me quer só sua
e exclusiva, e somente
me quer
– se assim for.
E eu,
que nos seus sonhos
mais profundos era
puta, não olho
pro lado, não cumprimento
o vizinho, até
abandonei
meu sapato
de baile.
Não dura tanto:
se pra você sou santa
e pura e mais um pouco,
à noite eu derramo
meu corpo,
como um pranto,
na pele abstrata
de amantes.
E em horas vagas,
com seu colega
o meu amigo
o taxista,
mas um pintor me retratou,
naturalista
– Eu te perseguia
num plano.
A ironia, meu amor
– você nem sabe
nada disso ou
imagina –
é que na minha
mais secreta fantasia
(brilho da lua e as ondas no nosso quintal...)
Eu sou só sua:
– uma maçã
aparada
entre os dentes –
sua todinha, amor
para sempre,
(até que a morte)
sua, de qualquer maneira
– e somente.
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